Raphael Matos admitiu que ainda se recupera da morte do pai, no ano passado em virtude de um ataque do coração, mas que nunca desistiria do sonho de correr na Indy
Tem coisas que, quando vêm, são de uma coisa só. O fim de 2010 para Raphael Matos foi daqueles — para o lado ruim. O mineiro ainda está se refazendo da perda do pai, seu maior incentivador da carreira. "Foi a pior fase da minha vida", definiu em entrevista ao Grande Prêmio nesta sexta-feira (29).
E não foi só isso. Também teve a vaga perdida na De Ferran Dragon no ano passado — que, claro, não passou nem perto da outra dor. É que foi tudo realmente junto, no mesmo dia, com um intervalo de tempo de dez horas — primeiro veio o anúncio de que Tony Kanaan o substituiria.
No fim, a estratégia da DFD não deu certo, e o time acabou se desfazendo. Kanaan, que havia deixado a Andretti meses antes, teve de ir procurar lugar na KV-Lotus. A Matos restou um reencontro com a AFS, equipe com a qual foi campeão da Indy Lights em 2008.
O caminho até firmar o acordo com a equipe de Gary Peterson foi longo e difícil. "Esses meses antes da confirmação foram terríveis", disse Raphael no Anhembi. "Eu perdi meu pai, meu emprego, meu trabalho no mesmo dia. No mesmo dia que o Tony foi anunciado no meu lugar, o meu pai morreu. E foi uma perda muito grande. Quer dizer, perder o trabalho era algo irrelevante. Não era nada perto do meu pai”, falou.
Foi Sérgio Matos quem deu o primeiro kart a Raphael. "Quando eu mudei para os EUA, ele era realmente um conselheiro. Ele não negociava mais patrocínios ou contratos com equipes, mas eu sempre pedi a opinião dele para tudo. Por isso, foi muito pesado perdê-lo, especialmente pela situação toda", explicou. "Mas nem tive muito tempo para chorar a morte dele, porque prometi a mim e a ele que continuaria buscando esse sonho de correr. E foi o que aconteceu. Por isso, acho que tem o dedo dele nisso tudo [o acordo com a AFS]”, afirmou.
O brasileiro também ressaltou que, apesar da perda, não desistiria de retornar à Indy. Embora a insatisfação com a forma como deixou a De Ferran ainda esteja viva, o acordo com a AFS surgiu também como um reencontro na carreira. “Tenho muito de agradecer ao Gary. Mais uma vez, ele salvou minha carreira, assim como tinha feito em 2008. Estou feliz na equipe, porque eles confiam 100% em mim. Eu realmente me encontrei lá”, acrescentou.
Raphael Matos (de preto) posa com a esquadra brasileira durante coletiva da SP INDY 300 |
Fonte: Grande Prêmio
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