O último ato de Ronaldo, 34, como jogador de futebol ocorrerá hoje à noite, no último estádio em que ele brilhou e na cidade que escolheu para viver e ganhar dinheiro após parar de atuar.
Com uma camisa 9 da seleção e a inscrição "Para Sempre Fenômeno", Ronaldo vai jogar 15 minutos no amistoso entre Brasil e Romênia, no Pacaembu, no último teste da equipe de Mano Menezes antes da Copa América da Argentina, no mês que vem.
"Não fui eu quem escolhi o estádio, não sou tão influente como você pensa", declarou o Fenômeno.
Ronaldo adotou São Paulo há dois anos e meio. Defendeu o Corinthians, clube mais popular da cidade. Trouxe a família, abriu a agência 9ine e até embaixador do comitê paulista para a Copa de 2014 se tornou.
Na véspera de sua despedida dos gramados, Ronaldo teve rotina muito mais de executivo, o que se tornou, do que de jogador de futebol, que deixou de ser após a melancólica eliminação corintiana na fase inicial da Libertadores, contra o Tolima.
Enquanto seus colegas de seleção passavam o tempo entre concentração e treino --com deslocamentos feitos em ônibus, em grupo--, Ronaldo fechava negócios.
De manhã, foi ao hotel onde a seleção se concentra em São Paulo para receber homenagem de Ricardo Teixeira e da fabricante de relógios suíça que patrocina a CBF.
Questionado pela Folha se usaria seu cargo de embaixador de São Paulo na Copa para interferir e trazer a abertura do Mundial, esquivou-se.
"Eu não tenho esse poder para fazer esse tipo de interferência", afirmou o Fenômeno. "O convite que recebi do governador Geraldo Alckmin foi para participar do comitê e fazer de São Paulo a melhor sede da Copa."
A agência de Ronaldo já tem contratos com patrocinadores da CBF, como Ambev e Pão de Açúcar (Extra).
À tarde, o maior artilheiro das Copas do Mundo, com 15 gols, participou do treino da seleção no Pacaembu. Fez algumas finalizações e também esteve no rachão.
Depois, confessou ter pedido uma injeção ao médico José Luís Runco. "Doutor, me dá uma coisa forte porque não aguento a dor", ele mesmo narrou. "Não faz mal se for pego no antidoping, já estou aposentado mesmo."
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Ganhou, do médico que o tratou por anos na seleção, uma injeção de anti-inflamatórios que, segundo ele, permitirá ter uma jornada "digna" hoje à noite. "Quinze minutos é coisa pra caramba."
Depois de trocar o uniforme de treino por uma calça jeans escura e botas, Ronaldo emendou outro evento comercial. Dessa vez com a Duracell, de quem virou garoto-propaganda em mais um contrato que vai garantir a ele a nem tão comum vida de ex-jogador milionário.
Nas duas vezes em que apareceu, Ronaldo fez questão de agradecer à imprensa e "aos jornalistas que cobriram toda a minha carreira".
Hoje, antes do jogo, terá mais compromissos relacionados à sua agência --da qual se fala hoje tanto quanto dos gols que anotou.
Futebol no campo, de novo, só em uma eventual despedida pelo Corinthians.
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