Jenson Button aproveitou o excelente rendimento da McLaren na pista seca e superou os dois acidentes e as seis passagens pelos boxes para vencer o GP do Canadá. A conquista aconteceu na última volta de uma corrida de 4 horas, paralisada pela chuva, num erro de Sebastian Vettel, pressionado
O GP do Canadá foi mais impressionante do que se poderia imaginar, mesmo Montreal tendo sido palco de tantos episódios incríveis da história da F1. A conquista de Jenson Button, com uma ultrapassagem na última volta sobre Sebastian Vettel, já pode entrar no rol de casos históricos da corrida, como a quebra de Nigel Mansell na última volta em 1991 e a vitória com bolhas nos pés de Nelson Piquet em 1984.
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Button se envolveu em incidentes do início ao fim da corrida, e cruzou a bandeirada com duas investigações pendentes por parte dos comissários: uma pelo acidente com Lewis Hamilton, no princípio da prova, e outra por conta da batida com Fernando Alonso. Tanto Lewis quanto o espanhol abandonaram.
Quem completou o pódio foi Mark Webber, outro em bela recuperação. Na melhor atuação desde que voltou à F1, Michael Schumacher foi o quarto, sucumbindo ao melhor rendimento de Button e Webber nas últimas voltas. Já entrou para a história, porém, a belíssima ultrapassagem feita sobre Massa e Kobayashi, com a qual chegou à segunda posição durante a prova.
Com discrição, Vitaly Petrov foi o quinto, à frente de Massa. Felipe errou quando era terceiro colocado, caiu pro fim da fila e se recuperou no encerramento, passando Kobayashi na linha de chegada e conquistando a sexta posição. Kamui, Jaime Alguersuari, Rubens Barrichello e Sébastien Buemi completaram o grupo dos dez primeiros.
Apesar de a chuva ter dado uma trégua nos minutos antes da largada, a direção de prova optou por colocar o safety-car na pista. A atitude da FIA pareceu contestável, uma vez que a pista parecia em condições de corrida. Perguntado pela equipe, Lewis Hamilton atestou a possibilidade de largar de fato. E, depois de três voltas, finalmente os pilotos iniciaram a disputa.
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Vettel manteve a ponta na largada em Montreal, seguido pelo duo da Ferrari |
Alonso largou bem, pressionou Vettel, mas o atual campeão resistiu bem. Mais atrás, Hamilton tentou ultrapassar Webber e tocou o australiano, que rodou e caiu para o fim do grid. Quando já tinha seu incidente sob investigação, se envolveu em mais um acidente, desta vez com Button, seu companheiro. E novamente os comissários se puseram em posição de apurar o causo.
A prova de que a McLaren inteira não vive bom momento foi a punição recebida por Button logo em seguida, por ter excedido a velocidade atrás do safety-car. No retorno à normalidade, com bandeira verde na 14ª volta, Vettel já tinha 3s4 de diferença para Alonso, que segurava o ímpeto de Massa. Rosberg e Schumacher fechavam o top-5, visto de perto por Kobayashi, sexto.
Foi quando a chuva apertou. Quem estava com pneus intermediários acabou obrigado a entrar nos boxes para colocar os compostos de chuva forte. E quem estava com estes últimos, como Massa e Kobayashi, se deu melhor. Com Vettel na ponta, a surpresa Kobayashi em segundo e Felipe em terceiro, a FIA tomou, agora, sim, uma decisão acertada, e interrompeu a disputa às 14h45 de Brasília, 13h45 locais.
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Sem condições seguras, a corrida ficou paralisada por duas horas e quatro minutos |
Somente uma hora e 25 minutos depois a chuva parou pela primeira vez. E voltou pouco depois. Só duas horas e quatro minutos após a paralisação a corrida teve reinício, ainda sob safety-car. Foram, então, oito voltas atrás do SC, e finalmente a bandeira verde.
Enquanto Vettel abria, Massa tentou ultrapassar Kobayashi sem sucesso. A louca correria de muitos pilotos para trocar os pneus pelos intermediários chegou a deixar Karthikeyan em oitavo. Mas por pouco tempo.
Passada a metade da corrida e cientes de que uma nova paralisação poderia significar o fim da prova, os pilotos foram em incessante busca de posições. E as primeiras vítimas foram Button e Alonso. O espanhol ia ultrapassando o inglês quando foi tocado e jogado ao muro. Para Fernando, foi o fim da corrida. E o acidente ficou sob investigação.
Na volta 42, seis depois da bandeira verde, os três primeiros colocados eram os mesmos, mas a zona de pontuação tinha, do quarto ao décimo, Heidfeld, Di Resta, Schumacher, Webber, Petrov, Sutil e Barrichello — sem dúvida, uma lista em ordem improvável.
Este rol foi desfalcado logo depois, quando Di Resta forçou uma ultrapassagem sobre Heidfeld na chicane final, tocou o adversário e quebrou o bico. A Force India completou a desilusão com o drive-through aplicado a Adrian Sutil por ultrapassar durante a vigência do safety-car. Depois, foi a vez de seu companheiro passar pelos boxes para cumprir punição.
Faltando 19 voltas, quem estava em desvantagem na prova resolveu colocar pneus slicks, aproveitando a secagem da pista. Mas a emoção se manteve lá na frente: pressionado por Massa, com uma parada a menos e um carro inferior, Kobayashi errou e viu Massa apontar de lado para passar. Schumacher, mais esperto, aproveitou e passou os dois, subindo a segundo. Enquanto, mesmo depois da segunda parada, Kobayashi perdia rendimento, Massa rodou enquanto tentava passar por um retardatário e caiu para a 12ª posição.
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Maior vencedor do GP do Canadá, Schumacher foi um dos destaques da corrida deste domingo (12) |
Os incidentes não pararam por aí: quando o top-5 indicava Vettel, Schumacher, Webber, Button e Kobayashi, Heidfeld vinha forte para passar o japonês, mas errou e tocou a traseira da Sauber. Em consequência, a asa dianteira de Nick quebrou e foi parar debaixo do carro, o que fez com que o alemão perdesse o controle, batesse e abandonasse o GP do Canadá.
A passagem curta do safety-car serviu para que mais emoção fosse reservada para o fim da prova. Vettel logo abriu vantagem, e Schumacher segurava Webber e Button, que tinham rendimento melhor. O australiano chegou a passar Michael, mas teve de devolver a posição por passar reto no S. Na volta seguinte, repetiu o vacilo e caiu pra quarto.
Era tudo o que Button queria. Mais rápido da pista, Jenson passou facilmente Schumacher, rapidamente encostando em Vettel. Mais atrás, Webber se recuperou e passou para a terceira colocação. Button tinha apenas duas voltas para consolidar uma recuperação impressionante, com cinco pit-stops, um drive-through e dois acidentes sob investigação. Não deu outra. Na última das 70 voltas, forçou pra cima de Vettel e conseguiu completar uma impressionante escalada sobre o atual campeão.
Quando todos achavam que já havia disputas suficientes, Massa fez a última curva lado a lado com Kobayashi, cruzando a linha de chegada milésimos à frente do japonês.
CONFIRA A CLASSIFICAÇÃO FINAL DO GP DO CANADÁ:
1. Jenson Button (ING) - McLaren - 4h04min39s539 (70 voltas)
2. Sebastian Vettel (ALE) - Red Bull - +2s7
3. Mark Webber (AUS) - Red Bull - +13s8
4. Michael Schumacher (ALE) - Mercedes - +14s2
5. Vitaly Petrov (RUS) - Renault - +20s3
6. Felipe Massa (BRA) - Ferrari - +33s2
7. Kamui Kobayashi (JAP) - Sauber - +35s9
8. Jaime Alguersuari (ESP) - Toro Rosso - +45s1
9. Rubens Barrichello (BRA) - Williams - +47s0
10. Sebastien Buemi (SUI) - Toro Rosso - +50s4
11. Nico Rosberg (ALE) - Mercedes - +63s6
12. Pedro de la Rosa (ESP) - Sauber - a 1 volta
13. Vitantonio Liuzzi (ITA) - Hispania - a 1 volta
14. Narain Karthikeyan (IND) - Hispania - a 1 volta
15. Jerome D'Ambrosio (BEL) - Virgin - a 1 volta
16. Timo Glock (ALE) - Virgin - a 1 volta
17. Jarno Trulli (ITA) - Lotus - a 3 voltas
18. Paul di Resta (ESC) - Force India - não completou
19. Pastor Maldonado (VEN) - Williams - não completou
20. Nick Heidfeld (ALE) - Renault - não completou
21. Adrian Sutil (ALE) - Force India - não completou
22. Fernando Alonso (ESP) - Ferrari - não completou
23. Heikki Kovalainen (FIN) - Lotus - não completou
24. Lewis Hamilton (ING) - McLaren - não completou
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