Luca di Montezemolo pediu um esforço conjunto de equipes, FIA e Bernie Ecclestone para que a F1 possa reduzir significativamente seus gastos por conta da gravidade da crise econômica, sobretudo na Europa.
Luca di Montezemolo sempre foi um homem de opiniões contundentes quando o assunto é F1. Recentemente, e por várias vezes, o presidente da Ferrari defendeu uma categoria voltada apenas para as equipes grandes, desprezou os times novatos, sugeriu a introdução de um terceiro carro e pregou a liberação dos testes, como era no passado. Situações que, caso fossem adotadas pela categoria, implicaria um custo que nem todas as escuderias do grid poderiam arcar.
Mas parece que o dirigente máximo da Ferrari mudou de ideia. Ou melhor, a grave crise econômica que assola o mundo e, principalmente, a Europa, fez com que Montezemolo tivesse outro ponto de vista quanto aos gastos da F1 atual. Em declaração ao site oficial da Ferrari, divulgada nesta terça-feira (12), o presidente da escuderia de Maranello alertou para o quadro financeiro global e clamou por redução de gastos também no principal certame do esporte a motor mundial.
“A situação econômica mundial, e da Europa, em particular, é muito grave, e o mundo da F1 não pode ignorar isso”, bradou Montezemolo. “Não podemos perder mais tempo: precisamos enfrentar com urgência e determinação a questão dos custos.”
O presidente da Ferrari pediu um esforço conjunto entre equipes, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e Bernie Ecclestone, detentor dos direitos comerciais da F1, para que seja possível reduzir ao máximo os custos da categoria, pelo bem do próprio esporte.
“A Ferrari está de acordo com a posição da FIA de que uma intervenção drástica é necessária. Estamos absolutamente convencidos de que, como eu sempre disse, as equipes e o dono dos direitos comerciais devem trabalhar em conjunto com a Federação nesta frente”, disse, reforçando o tom de alerta e pedindo uma solução rápida para a questão.
“Já não é mais o momento para atolar em discussões estéreis ou nos meandros da engenharia; geralmente só se preocupa em defender os interesses desse ou de outro alguém. A questão tem de ser resolvida no mais alto nível, sem mais delongas”, complementou Montezemolo. A F1 está prestes a definir os rumos do novo Pacto da Concórdia que, segundo Ecclestone, já foi aceito por todas as equipes do grid. O documento rege as relações comerciais entre equipes, FIA e a FOM, empresa que tem como dirigente máximo Bernie.
Montezemolo falou também sobre o GP do Canadá, prova vencida por Lewis Hamilton, mas que teve seu principal piloto, Fernando Alonso, próximo do êxito. O presidente da Ferrari minimizou o equívoco na tática da Ferrari e disse que é preciso correr riscos em um esporte como a F1.
“Não estou acostumado a lidar com arrependimentos, prefiro sempre olhar adiante. Em Montreal nós vimos uma equipe com enorme vontade de vencer e vimos [a vitória] até bem perto do fim, talvez até assumimos riscos em excesso. Ver uma luta da Ferrari pela vitória até o fim é só o que eu quero e fazemos isso para os nossos fãs”, exaltou.
O mandatário acredita que as próximas duas corridas serão cruciais para a Ferrari: Valência e, principalmente, Silverstone, onde a escuderia de Maranello venceu — a única de 2011 — com Alonso. “Estou satisfeito com o progresso que nós vimos nas últimas corridas, mas meus pensamentos e todos os esforços da Scuderia já estão focados em Valência e, em seguida, em Silverstone, onde temos de dar passos mais à frente.”
Confiante no potencial da cada vez melhor F2012 e, sobretudo, de Alonso, Montezemolo encerrou a declaração ao site da equipe italiana esbanjando confiança. “Devemos seguir por este caminho, consciente, como faço sempre questão de repetir, que o sucesso deste campeonato depende apenas de nós mesmos”, finalizou.
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