Se no futebol existe a expressão ‘gol de honra’, quando uma equipe marca um tento ao sofrer uma goleada, Mark Webber marcou o seu ao vencer o GP do Brasil, realizado neste domingo (27). O australiano se aproveitou de um suposto problema de câmbio do companheiro de equipe, Sebastian Vettel, e herdou a primeira colocação logo na 30ª volta para não perder mais.
O triunfo, primeiro de Webber em 2011, deixou o placar rubro-taurino de número de vitórias na temporada em 11x1 para o germânico. Aliás, o próprio Vettel terminou em segundo, mas mesmo com a tal falha no equipamento fez em diversos momentos a volta mais rápida da prova.
Jenson Button terminou em terceiro depois de um longo duelo com Fernando Alonso. O espanhol tomou o terceiro posto depois de superar o rival, por fora, no Laranjinha, no início da prova, mas perdeu a colocação nas voltas finais, no final de Reta Oposta. O piloto da Ferrari terminou em quarto, enquanto Felipe Massa foi o quinto, finalizando 2011 sem chegar ao pódio.
A Mercedes voltou a mostrar força e colocou Adrian Sutil, Nico Rosberg e Paul Di Resta na sequência. Kamui Kobayashi voltou a ter um bom desempenho no Brasil e foi o nono, enquanto o último a pontuar foi Vitaly Petrov, o décimo colocado. Rubens Barrichello terminou em 14º e Bruno Senna, em 17º, depois de sofrer um drive-through devido a um toque com Michael Schumacher no início da corrida.
Ainda que o suposto problema de Sebastian Vettel não tenha sido confirmado, Lewis Hamilton sentiu na pele a falha no carro. Ao duelar com Felipe Massa na metade da prova, o piloto da McLaren encostou com uma falha na caixa de câmbio.
Webber comemora vitória no Brasil. |
Saiba como foi o GP do Brasil em Interlagos
A largada se deu sem sustos entre os primeiros e viu avanços da dupla da Ferrari. Alonso passou Hamilton para ganhar o quarto lugar e Massa logo recuperou o posto ao qual se habituou no ano, o sexto, deixando para trás Rosberg. Atrás, Barrichello perdeu tudo que conquistou de bom na classificação com uma má partida, despencando de 12º para 20º.
O DRS foi acionado na volta 2 e provou-se inútil na reta oposta por ser curta demais. Daí a corrida ser levada em banho-maria até o giro 9, quando aconteceu o primeiro incidente.
Livre de Di Resta, com quem disputou o décimo lugar, Schumacher foi se aproximando de Senna e tentou a ultrapassagem na freada do S homônimo, por fora. Bruno não esmoreceu, e houve o toque. Na primeira perna da curva, o brasileiro acabou tocando com o bico o pneu traseiro esquerdo do alemão, furando-o. Os comissários, com o rigor que tem caracterizado os comissários da FIA, aplicaram um contestável drive-through a Senna.
Button, conhecido por sua tocada de classe, foi estranhamente o primeiro a sofrer com o desgaste dos pneus, permitindo a chegada de Alonso. O espanhol colou de vez no fim da reta oposta e fez ousada e bela ultrapassagem por fora na Ferradura, arrebatando o terceiro lugar. Jenson acabou sendo o primeiro dos ponteiros a ir aos pits, na 16. Alonso e Hamilton o fizeram na 17. Vettel, que iniciava uma queixa em sua segunda marcha, na passagem seguinte.
Sebastian tornou à pista logo atrás de Massa. Só demorou duas voltas até que superasse Felipe, que não tinha pneus, e retomasse o controle da corrida, que clamava por chuva para que gerasse algum interesse.
Parágrafo de pouco interesse: Timo Glock, no giro 23, foi o primeiro a abandonar. Assim que saiu de sua posição nos pits da Virgin, sua roda traseira esquerda, nada apertada, saiu e voou. Logo depois, Maldonado lhe fez companhia ao rodar na área de escape da Ferradura.
Bom, o problema de Vettel com sua marcha se intensificou, e Webber começou a tirar diferença rapidamente. A ultrapassagem foi praticamente dada na volta 30, com Sebastian dando o lado de fora para o companheiro no S. A manobra atiçou a Ferrari, que ironizou sua “maneira interessante”.
Pois é. Porque Vettel realmente não andava com ritmo de quem tinha problema, não. Voltas bem semelhantes às de Webber.
Aí veio a segunda rodada de pits para os cinco primeiros, e Massa mostrava uma estratégia diferenciada, prolongando de novo seu trecho. E para terminar bem os momentos de 2011, lá foi Felipe parar na frente de Hamilton. Durou pouco, quatro voltas, e a McLaren resolveu antecipar a terceira parada de Lewis. Só que a Ferrari resolveu fazer o jogo do cerco e chamou o brasileiro para os boxes logo depois. A briga recomeçaria? Não.
Hamilton parou. Problema, esse, sim, no câmbio.
Considerando que os cinco primeiros estavam momentaneamente estabelecidos, restou ver o que os demais vaziam. Sutil. Esse vinha acossando Rosberg. Tentou uma vez passá-lo no S, Nico devolveu. Na segunda chance, não teve trégua. O alemão da Force India assumiu a sexta posição no giro 52 com volúpia, uma espécie de vendetta para mostrar ao time que vai fazer um mal danado em dispensá-lo e que não tem só cacife financeiro para continuar na F1. Os indianos estão assinados com Nico Hülkenberg para 2012.
Depois da terceira parada, Button foi para cima de Alonso para tentar devolver o que sofrera no início da prova. O desempenho da McLaren era nitidamente melhor, já que a Ferrari estava calçada com pneus duros, terríveis para sua performance. A conquista da posição no pódio foi efetuada na volta 62. Jenson se animou a fazer voltas rápidas, achando que Vettel tinha lá sua dificuldade com o câmbio. Tolinho. O negócio foi assim até o fim.
Massa ficou em quinto. Tomou 31s6 de Alonso, com uma parada a mais, e terminou fazendo zerinhos na pista para jogar para a torcida. Um fim de temporada, em casa, sombrio tal qual seu ano. Sutil aproximou a Force India da Renault na classificação dos Construtores, bem como Di Resta, que chegou em oitavo. Kamui Kobayashi foi novamente aos pontos pelo terceiro ano seguido em Interlagos em nono e Vitaly Petrov terminou na zona de pontos.
Barrichello não foi além de um 14º lugar com o letárgico carro da Williams — terminou à frente de Schumacher, 15º. Senna, que também apresentou problemas no câmbio, quarta marcha, ficou em 17º. O primeiro terminou resignado; o outro, indignado.
Webber, uh!, livrou-se de um grande vexame e venceu uma para constar nos alfarrábios. A Red Bull comemorou a dobradinha, alegremente, pimpona e feliz. Capaz de anunciar, logo mais, um grande patrocínio para o Teatro Municipal por sua atuação hoje.
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