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Rádio ESPORTESNET

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Há 20 anos, Senna conquistava tri, e Brasil faturava último Mundial de F1

Ayrton Senna conquistou seu terceiro título mundial no mesmo palco dos outros dois: o tradicional circuito japonês de Suzuka. Desde então, o Brasil amarga um jejum de duas décadas sem ter um campeão na categoria

     Em 20 de outubro de 1991, Ayrton Senna entrava para o seleto grupo dos tricampeões mundiais de F1. O então piloto da McLaren confirmou o êxito em Suzuka, ao terminar o GP do Japão em segundo lugar, logo atrás do companheiro de equipe, Gerhard Berger, depois de travar grande duelo com Nigel Mansell, da ascendente Williams, ao longo daquela temporada.

     A marca, por si só, é emblemática sob dois aspectos. Primeiro, por representar o último título de Senna na F1. Mais do que isso, representa também o oitavo e último título conquistado pelo Brasil na categoria, inaugurando um jejum que perdura até hoje. O país, que por muito tempo foi o segundo colocado em número de Mundiais, perdendo só para a Inglaterra, só ficou perto de obter o nono campeonato em 2008, com Felipe Massa.

     O começo de temporada de Senna foi arrasador e decisivo na conquista de seu terceiro título: quatro vitórias nas quatro primeiras corridas do ano, sobretudo na segunda corrida do ano, no Brasil, onde Ayrton venceu de maneira épica e apenas com a sexta marcha. Em contrapartida, seus rivais em potencial somaram parcos pontos nesse período. Mansell e seu companheiro de Williams, Riccardo Patrese, somaram seis pontos cada, enquanto Alain Prost, da Ferrari, tinha apenas 11.


Vitória épica de Senna em Interlagos marcou jornada pelo tri em 1991 (Getty Images)

     Mansell tinha tudo para diminuir a diferença para Senna, que abandonou no Canadá, quinta etapa de 1991. Mas na última volta do GP em Montreal, o carro do britânico simplesmente parou de funcionar depois do hairpin e proporcionou a Nelson Piquet a conquista de sua última vitória na F1. O então piloto da Benetton assumia a vice-liderança da temporada com 16 pontos, mas o B191 — conhecido como Tubarão — não tinha estofo para andar no mesmo ritmo de Williams e McLaren, principais forças da categoria.

     A reação da Williams se confirmou na sexta etapa, mas não por intermédio de Mansell. Patrese venceu no tradicional circuito Hermanos Rodriguez, no México, com o ‘Leão’ completando a dobradinha da equipe britânica. Senna fechou o pódio no país asteca, ainda estava confortável na ponta do Mundial de Pilotos (44 pontos contra 20 de Patrese, 16 de Piquet e 13 de Mansell), mas estava claro que o FW14, dotado de revolucionário câmbio semiautomático, já estava em patamar de rendimento superior em relação à McLaren do brasileiro.


Mansell reagiu no meio da temporada e endureceu a disputa pelo título de 1991 (Getty Images)
     De volta à Europa depois de duas corridas na América do Norte, Senna somou apenas sete pontos nas três etapas seguintes — França, Inglaterra e Alemanha —, enquanto Mansell alcançou 100% de aproveitamento e venceu todas as corridas desse período. O britânico somou 43 pontos e diminuiu para apenas oito a diferença para Ayrton, colocando em risco o tri-mundial do brasileiro.

     Senna sabia que a próxima etapa, na Hungria, seria fundamental para suas pretensões de título. Era fundamental conter o avanço da Williams, que notoriamente tinha o melhor carro da temporada. A McLaren programou para Hungaroring a estreia do câmbio semiautomático para equilibrar as forças com a escuderia rival. E a atualização ajudou Ayrton a bater Mansell e vencer no circuito magiar. Destaque para a melhor volta da prova, feita por Bertrand Gachot. O piloto luxemburguês fez sua última prova pela Jordan antes de ser preso em Londres por conta de uma briga de trânsito. Seu lugar na equipe irlandesa foi ocupado pelo jovem Michael Schumacher a partir do GP da Bélgica.

     E foi em Spa-Francorchamps que Senna deu passo decisivo para sua escalada rumo ao tri. O McLaren Honda MP4-6 do brasileiro rendeu muito mais que a Williams de Mansell, tanto que Ayrton foi mais de 1s mais rápido que o rival na classificação, justo em uma pista que, em tese, favorecia o FW14 do britânico. Senna liderou boa parte da corrida, mas sempre seguido de perto por Nigel, até que o ‘Red Five’ sofreu uma quebra em seu carro e deixou caminho livre para mais uma vitória de Ayrton.

     Senna tinha 71 pontos, 22 a mais que Mansell, faltando cinco etapas: Itália, Portugal, Espanha, Japão e Austrália. Monza era uma das últimas oportunidades para o piloto da Williams se aproximar de Ayrton na tabela. O britânico confirmou o favoritismo e venceu a prova depois de travar boa disputa com o brasileiro, que largou na pole. Mas Senna terminou em segundo, tornando a vitória do ‘Leão’ praticamente irrelevante em termos de campeonato.

    Mansell teria nova chance para se aproximar de Senna três semanas depois, no Estoril. A Williams mostrou força no circuito lusitano e garantiu a dobradinha no grid de largada, mas com Patrese à frente do companheiro de equipe. Nigel passou o italiano e parecia caminhar firme para mais uma vitória. Mas sua equipe cometeu uma falha grave nos boxes e liberou o piloto sem apertar corretamente a porca do pneu traseiro direito.


Senna conteve a ascensão da Williams de Mansell e Patrese e faturou o tri mundial (Getty Imagens)

    Tão logo Mansell acelerou para deixar os boxes, o pneu se soltou de seu carro. A Williams recolocou a roda no pit-lane, procedimento proibido pela FIA, que acenou bandeira preta e desclassificou o britânico. Senna terminou em uma ótima segunda colocação, só atrás de Patrese. Era o tricampeonato que se aproximava a cada prova, já que a vantagem de Ayrton para Mansell aumentara para 24 pontos.

    A pressão estava toda com Mansell, que tinha cada vez menos chances de bater Senna e conquistar seu primeiro título. Senna não teve grande desempenho em Barcelona, etapa seguinte do Mundial, e correu para somar pontos. Mansell, ao contrário, deu tudo de si, bateu Berger e venceu o GP da Espanha com autoridade. Seria a última vitória do britânico e da Williams em 1991.

     Na corrida decisiva do campeonato, em Suzuka, Senna precisava terminar apenas à frente do ‘Leão’ para garantir o tri. A McLaren dominou o fim de semana no Japão, mas sempre com Berger à frente de Senna. Desde o começo da corrida, o austríaco, fiel escudeiro de Ayrton, disparou na liderança, deixando o brasileiro e Mansell, terceiro, para trás. Senna só teve de conter o ímpeto do rival, mas o ‘Leão’ cometeu um erro e deixou escapar seu FW14 na curva 1 na abertura da décima volta. O momento marcava a conquista do tricampeonato.

     Depois de ter o título assegurado, Senna partiu para cima de Berger, ultrapassando o colega na 17ª volta. Desde então, o já tri-mundial dominou a corrida e parecia seguir para mais uma vitória. Mas na última curva de Suzuka, logo após a chicane, o brasileiro abriu passagem para Berger, que venceu em Suzuka. Nunca um segundo lugar foi tão comemorado por Ayrton, que encerrou 2011 com vitória na Austrália, na encharcada Adelaide. Por conta da forte chuva, a corrida teve apenas 24 minutos de duração e entrou para a história como a mais curta da F1.

Fonte: Grande Prêmio

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