Rubens Barrichello criticou veemente a decisão da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) de liberar o uso da asa móvel traseira no GP de Mônaco e revelou preocupação com a segurança dos competidores. Na condição de presidente da GPDA (Associação dos Pilotos de GP), o brasileiro disse que a classe não foi consultada pelos dirigentes que regem a categoria e pediu para que estes escutem “a voz da experiência”.
Durante o último fim de semana, na Turquia, o diretor de corridas da FIA, Charlie Whiting, entrou em contato com as equipes para debater o tema. Apesar de muitos pilotos terem expressado preocupação pelo uso do dispositivo que diminui o arrasto aerodinâmico, sobretudo no túnel, o dirigente decidiu aprovar o uso da peça, já que não havia unanimidade sobre a questão.
Mas segundo Barrichello, a decisão é totalmente equivocada e foi tomada por pessoas que não têm a real noção dos riscos que os pilotos correrão no último fim de semana de maio nas ruas de Monte Carlo. “Apenas acho que é errado. Adoraria poder ver as pessoas dos cargos de chefia sentarem em um carro e tentar fazer o túnel com a asa móvel aberta”, esbravejou durante entrevista à revista britânica 'Autosport'.
O piloto da Williams criticou a omissão da entidade. “Em minha opinião, eles estão esperando alguma coisa dar errado. E quando isso acontecer, eles vão dizer: ‘Oh, no ano que vem, nós não a teremos para Mônaco.’ Os pilotos não foram ouvidos até agora e acho que essa decisão é errada”, lastimou Rubens.
No alto da sua experiência de mais de 300 GPs disputados ao longo de 19 temporadas, Barrichello disse que teme pela segurança de seus colegas de trabalho e pediu para que os dirigentes escutem os pilotos. “Vejo uma corrida com muitos safety-cars. Se eles pudessem ouvir, acho que Mônaco é o que é. Não é um local de ultrapassagens. Será que eles acham que podem trazer a ultrapassagem pela asa móvel? Eles podem, eventualmente, mas também podem machucar alguém. Essa é a voz da experiência”, bradou.
Por outro lado, Stefano Domenicali, chefe de equipe da Ferrari, saiu pela tangente e evitou criticar a FIA pela decisão de liberar a asa móvel em Mônaco. Apesar de entender que há riscos em termos de segurança, o italiano prefere respeitar a norma da entidade e disse não vai se envolver em discussões públicas sobre o assunto.
“Há um grande debate entre pilotos que querem e não [ter a asa móvel]. Acho que Mônaco pode ser difícil, mas quando você conversa sobre segurança, é melhor ficar quieto e não dizer nada [em público]. Mas claro que será bem complicado. Mas essa é a decisão e nós precisamos usar isso ao máximo”, declarou o dirigente.
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