Quatro meses após o início da temporada 2011 do futebol brasileiro, as lesões já são o principal problema nos maiores clubes do país. Paulo Henrique Ganso, Lucas, Valdivia e Deco são apenas alguns dos atletas que passaram de esperanças por bons resultados a desfalques em momentos importantes. No futebol europeu – que já está em reta fim de temporada –, por outro lado, a situação é diferente.
Ganso de novo na geladeira. |
Apontado como o melhor time na atualidade, o Barcelona briga pelos títulos do Campeonato Espanhol e da Liga dos Campeões. Para isso, no entanto, seus jogadores tiveram férias de dois meses e pré-temporada de um mês antes de começarem os jogos oficiais. O Santos, em comparação, disputa o título da Libertadores e do Paulistão tendo descansado 29 dias e treinado somente 12 antes do início desta temporada.
Ainda na Espanha, o título da Copa do Mundo rendeu aos jogadores do Barça duas semanas a mais de descanso. No Brasil, o meia Lucas e o atacante Neymar viveram situações semelhantes, mas com tratamento bem diferente. Destaques da conquista do Sul-Americano Sub-20 com a Seleção Brasileira, em janeiro, no Peru, retornaram e já voltaram ao batente. Lesionado, Lucas é desfalque do Tricolor há quatro partidas. Neymar viajou do Peru direto à Venezuela para a estreia do Peixe na Libertadores.
Na Europa, a quantidade de jogos seguidos aumenta progressivamente ao longo do ano. Nos quatro primeiros meses da temporada 2010/11, o Barça fez 22 jogos. O Peixe, no mesmo período, alcançará a marca de 32 jogos no domingo – 13 nos últimos 37 dias. É o time que mais deu trabalho ao departamento médico, 12 casos de lesão no ano.
A recuperação abaixo do ideal após as partidas e as viagens desgastantes também refletem na resistência dos atletas. Enquanto os times brasileiros chegam a viajar até dez horas antes de um jogo de Libertadores ou Copa do Brasil, as viagens europeias levam no máximo duas horas. Mesmo no fim da temporada – com dois jogos por semana –, os desfalques são raridade na Europa. É hora de mudar!
Compromissos extracampo atrapalham
A falta de comprometimento dos atletas com a recuperação e o excesso de compromissos em momentos de descanso também são apontados como fatores de impacto na incidência de lesões. Participações em programas de TV e em eventos publicitários e de marketing devem ser evitados depois dos jogos.
– Quem trabalha com esporte precisa se inteirar melhor do que é preciso fazer no pós-jogo. É fundamental a orientação adequada aos atletas, do que fazer e do que evitar – explica Turíbio de Barros.
Para o empresário Giuseppe Dioguardi – agente da carreira de atletas como a do atacante Kleber, do Palmeiras –, a pré-temporada curta é mesmo a maior responsável pelo desgaste excessivo:
– Evento publicitário, tudo o que é feito na hora certa, não tem problema. O Ganso não gravou um comercial às 5h antes da lesão... Quando um jogador está de folga, ele é livre para fazer o que quiser.
Fonte: www.lancenet.com.br
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